A escrita na Web deve ser simples e apelativa, para manter os leitores na página, pois estes revelam maior tendência para a leitura de textos curtos do que de textos longos.

Desta forma, a escrita na web deverá "respeitar" as seguintes características:

- A escrita deve ser simples
- Os títulos devem ser directos
- Deve ter em conta a facilidade de utilização/consulta
- A informação deve estar bem "arrumada"
- A fonte utilizada deve facilitar a leitura

A legibilidade de um texto é, segundo Richaudeau (1979), a sua aptidão para ser lido sem esforço, ser compreendido e memorizado de forma simples.

Relativamente à legibilidade, há que ter em consideração os seguintes aspectos:

- Mancha gráfica
- Estrutura das páginas
- Linguagem
- Formatação do tipo de letra e parágrafo

O grau de legibilidade de um texto, depende do próprio texto e do suporte que o veicula e também das características do leitor.

Grau de legibilidade em relação ao texto:

- Factores materiais (tipo de letra, exxtensão das linhas, resolução do ecrã)
- Ideias expressas e modo de as expressar (forma, vocabulário, sintaxe)

Grau de legibilidade em relação ao leitor:

- Inteligência e nível de desenvolvimento
- Conhecimentos (incluindo os linguísticos)
- Aptidão para a leitura
- Personalidade (motivação e interesses)
- Condição física (visão, grau de fadiga)
- Capacidade de atenção

Ao ler a exposição feita pelo Rui, acrescento algumas ideias:

A legibilidade é a capacidade de descodificar símbolos e/ou imagens segundo vários factores:

- cuturais,
- percepção dos sinais pelos órgãos dos sentidos,
- suporte material que veicula a mensagem

As páginas Web devem obedecer qualidades que facilitem a descodificação:

- Organização da repetição dos diversos elementos
- Repetição da mancha cromática ao longo do documento
- Construção do projecto gráfico das páginas
- Limitar os parágrafos com linguagem concisa e precisa
- Deixar espaços entre cada parágrafo
- As linhas de texto devem ter um comprimento médio (nem muito reduzido, nem muito extenso)
- Ter um entrelinhamento e espaço interliteral adequado ao seu tipo e dimensão
- As palavras usadas devem ter um significado na língua falada e/ou escrita
- O vocabulário deve ser activo e metafórico e previligiar a palavra mais curta
- As frases devem ter um sentido abrangente
Segundo Gérard, F e Roegiers "a apresentação de exemplos é um meio concreto e fácil para ajudar a associar os novos conhecimentos ao que já se conhece e estabelecer relações entre os seus diferentes saberes."

Os exemplos devem ser diversificados para que se entenda o campo de significação do objecto de aprendizagem, para que o exemplo tenha um valor funcional. e não crie confusão.

Acrescento apenas algumas ideia que reforçam o que já foi dito:
As palavras escritas são descritivas, detalhadas e diretas, Lindstrom (1996).

Porém, o ecrã do computador não é o local mais adequado para a leitura, pois a resolução do ecrã do computador é inegavelmente menor que a resolução dos documentos impressos. O uso das barras de rolagem são, habitualmente, desagradáveis, transformando o prazer da leitura num sacrifício, pois a luz dirigida diretamente para a vista torna a leitura cansativa quando comparada à luz indireta na página impressa. Porém, foi preciso adaptar esta, inegavelmente, poderosa forma de transmissão de informações para o ambiente da multimédia.

Como solução, deve usar-se parágrafos curtos (nunca maiores que o ecrã); dizendo o que deve ser dito e só o que deve ser dito; no local adequado, bem como o uso de marcadores e palavras curtas demonstraram ser mais atrativos.

A palavra, falada ou escrita, é um dos meios mais comuns de comunicação. Em multimédia, o texto é usado para exibir títulos, menus, sistemas de navegação, informações a nível de conceitos gerais e de apoio à gestão de material informático.

Na elaboração de títulos, menus e botões, deve-se usar a palavra em causa, com um significado preciso para expressar o que se quer dizer. Pode-se incluir informações de texto na tela, tentando encontrar um equilíbrio: muito pouco texto requer muitas mudanças de página para expressar ideias ou conceitos, enquanto texto demais faz com que a tela fique sobrecarregada por exaustão, o que não não é motivador para a leitura.

Todo o texto tem que ter alguns aspetos formais, ou seja, tem que ter estrutura, elementos que estabelecem relação entre si.

Dentro dos aspetos formais temos a coesão e a coerência, que dão sentido e forma ao texto. “A coesão textual é a relação, a ligação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto”.

A coerência está relacionada com a compreensão, a interpretação do que se diz ou escreve.

Um texto precisa de ter sentido, isto é, precisa de ter coerência. Embora a coesão não seja condição suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior legibilidade e evidenciam as relações entre os seus diversos componentes.

Sites consultados:

https://ingenieria.udea.edu.co/~marthac/multimedia/texto.html

https://www.stefanelli.eng.br/webpage/a_multim.html

https://osmaisbonitoscessio.wordpress.com/category/texto/

O José refere alguns pontos pertinentes relativamente ao meio de leitura na web, o ecrã do computador.

Actualmente, penso que a questão da resolução do ecrã nem será o maior problema, no entanto, o facto de termos que usar as barras de deslocamento para fazermos "scrooling" da página web, na realidade, tira grande prazer à leitura e muitas vezes acabamos por perder a noção da localização do parágrafo ou frase onde nos encontrávamos na leitura.

Por outro lado, apesar dos monitores de pc possuirem diferentes modos de visualização, que jogam com o brilho e contraste da imagem, mesmo nos modos de leitura de texto (diurno ou nocturno) a leitura no ecrã acaba por ser mais cansativa e demorada do que a leitura nos livros.

Daí o texto, em multimédia, segundo Nielsen, dever:

- Ter metade do tamanho de um texto que seria produzido para uma publicação impressa
- Ter paragrafos com frequência
- Utilizar bons títulos, subtítulos e listas de informação
- Obedecer a outras regras importantes já referidas, relativamente à sua legibilidade

Composição gráfica

A legibilidade de um texto também está relacionada com a sua composição gráfica ou paginação.

Neste domínio destacam-se:

- Espaçamento entre parágrafos (a tabulação e identação ajudam a destacar informações e a tornar "mais leve" a leitura de textos extensos)
- O entrelinhamento (o espaço abaixo e acima de uma linha deve ser proporcional ao comprimento da linha)
- Os espaços em branco (zonas com ausência de caracteres ou imagem, funcionamdo como elementos de pausa)
- Fios (Os fios verticais são linhas para separar colunas e os fios horizontais são linhas usadas para separar tópicos ou chamar a atenção entre subtítulos)
- Molduras (Utilizam-se para chamar a atenção para uma mancha gráfica e envolvem o conteúdo)
- Caixas (são usadas para realçar ou separar partes da paginação)

Organizadores de texto

Os organizadores de texto lidam com títulos, subtítulos, legendas e outros.

Títulos

- Podem ser diferenciados do texto (usando tamanho diferente ou tipo de letra diferente)
- Devem evitar-se títulos compridos e em caixa alta, tal como centrar títulos com duas linhas)
- Títulos alinhados à esquerda conduzem o olhar para as primeiras palavras do parágrafo que se segue)

Subtítulos

- Quebram a informação em blocos de texto, melhorando a aparência da página
- Criam contraste visual
- Melhoram a localização da informação

Jakob Nielsen, em diversos estudos que efectuou sobre a forma como as pessoas navegam na Web, chegou à conclusão de que uma página não deve demorar mais de 10 segundos até poder ser completamente carregada (há autores que falam em oito segundos). Passado esse tempo, os cibernautas podem perder o interesse em ver essa página e desviam a sua atenção para outros sítios ou outras páginas. Nesse sentido, uma página deve ter um máximo de 34 k de informação.

Por outro lado, sabe-se agora que os leitores na Web não estão à espera de ver grandes textos sobre um determinado tema. Nielsen aconselha-nos a escrever metade do texto que escreveríamos para uma publicação impressa, a fazer parágrafos com frequência, a utilizar bons títulos, entretítulos e listas com informação.

A leitura na Web é cerca de 25 por cento mais lenta do que a leitura de um jornal, por exemplo, e os leitores fogem de textos demasiado longos ou maçudos.Por outro lado, as pessoas estão à espera de ler textos com informação e não apenas uma quantidade de prosa que parece ir a lado nenhum. Por esse motivo, uma escrita simples, sem demasiados floreados, é a melhor solução.

A importância do texto tende em ser muito descurado por alguns especialistas, no entanto é uma parte muito importante da aplicação que deve ser tratada com cuidado. A forma de tratamento do texto em projectos on-line e off-line representa a maior diferença existente entre eles. Nos projectos off-line com a evolução das técnicas passamos de ecrãs exclusivamente em modo texto para ecrãs totalmente visuais. Nos projectos on-line é o oposto o texto continua a ser a componente principal, embora já se comecem a notar algumas evoluções no sentido de utilizar outras componentes.

Nos projectos off-line, o texto é usado mais como meio complementar (ajuda, sumariar informação ou decisões do utilizador, títulos…) .

Uma tipografia pobre é facilmente notada independentemente da qualidade dos outros componentes. Para uma aplicação ter integridade os vários componente devem estar bem interligados, o que nem sempre é fácil, por ex. se existe vídeo apresentado com texto, interfaces gráficas e ecrãs só de texto a diferença entre eles pode ser grande.

Se o texto for utilizado como elemento secundário, é necessário normalizar o tipo de letra, o tamanho e a forma de apresentação em todos. No caso de ser a componente dominante deve-se prestar bastante atenção ao layout do ecrã, rentabilidade e legibilidade, tarefa grandemente facilitada pelas novas ferramentas de desenho de paginas HTML.

Tornar o texto fácil de ler é uma tarefa complexa. Os utilizadores estão treinados para decifrar texto mas a sua tarefa pode ser simplificada ou complicada dependendo das técnicas empregues no layout do texto. De acordo com a apresentação do texto o utilizador aplica determinada técnicas de leitura (ex. esquerda - direita) ou análise (procura de palavras chave) no texto. De acordo com o tipo de texto, informativo ou narrativo existem técnicas especificas:

- layout pode ajudar o leitor através de headings ou marcas especificas.
- tamanho da linha é importante, influencia o conforto dos olhos em muitas paginas web para diminuir o tamanho da linha utilizam-se múltiplas colunas, o que por vezes serve para aumentar a dificuldade de leitura.
- tamanho da letra pode afectar a legibilidade, é necessário considerar a distancia entre o utilizador e o ecrã para tomar decisões.
- uso de espaços ajuda na leitura, se existem poucos ou nenhuns parágrafos rapidamente o utilizador satura, mas se for necessário sacrificar os espaços, deve utilizar outras técnicas.
- uso de bold, cor e tamanho pode ajudar a realçar algumas partes do texto.

O uso de cor para salientar partes do texto deve ser feito com determinados cuidados tendo em atenção que:

- existem pessoas que sofrem de daltonismo.
- nem todas as culturas classificam as cores da mesma forma.
- nem todas as culturas tem a mesma forma de leitura (ex. direita-esquerda)
- se o texto for para tradução deve ponderar ase as traduções ocupam o mesmo espaço do texto original, de acordo com as convenções do país o bloco de texto pode ir parar a outra parte do texto.

Texto é um poderoso meio de comunicação, permite melhor controlo ao utilizador porque é possível configurar o espaço de leitura, reler as vezes que considerarem necessárias, entre outras facilidades.

O uso de computadores alterou a forma como o texto é organizado afectando os hábitos de leitura, é necessário desenvolver novas técnicas de leitura para as actuais formas de organização.

A procura em documentos Web e a confusão que pode causar nos leitores é fascinante. Os leitores perdem rapidamente o fio condutor da sua pesquisa quando procuram link apôs link.

A internet é 'perigosa', a menos que o site esteja muito bem organizado, os utilizadores perdem-se rapidamente.

Resumo de:
England & Finney, "Managing multimedia", cap. 7 e 8